Em geral os pais são o 1° "brinquedo" do bebê. Ao pegar os dedos dos adultos a ao observar as expressões faciais, o bebê desenvolve sua habilidade motora e visual, ao mesmo tempo que se diverte. Os recém-nascidos começam a aprender com os pais e depois com seus irmãozinhos, amiguinhos e outras pessoas.
Como o bebê é também o "brinquedo" dos pais, estes, ao brincar, transmitem suas próprias personalidades. Alguns falam, riem, cantam, dançam, encenam, fazem malabarismos ou gracejos com o bebê. Durante cada fase do desenvolvimento infantil os pais externam também sua própria forma de brincar e não devem se sentir inibidos com isso. Uma vez que as nossas melhores brincadeiras são aquelas que a nós mesmos parecem mais envolventes, é claro que para alguns será a música a dominar, para outros a aptidão na manipulação dos objetos e das formas, a habilidade física ou verbal, a imaginação para a arte dramática ou os jogos com números, de estratégia ou de sorte. Devemos brincar com nossos filhos de tudo aquilo que nos agrada pessoalmente e pôr nisso todo o entusiasmo possível. Logo as crianças estarão escolhendo os caminhos a tomar e estarão refletindo seus próprios interesses e talento. Além disso, os pais estabelecem, ao brincar, uma relação mais estreita com os filhos, encontrando mais facilidade para escolher os brinquedos compatíveis com seus interesses e habilidades.
Diz Sutton-Smith: "Os adultos de hoje foram educados para renunciar às atividades infantis e para serem responsáveis quando crescessem. No entanto, os pais que não esquecem de sua própria infância estão melhor preparados para comunicar-se com seus filhos e ajudá-los em seu desenvolvimento."
"Pesquisas mostram que as crianças que brincam mais, tanto sós como em grupos, são mais criativas que aquelas que têm pouca oportunidade de fazê-lo. As crianças que brincam regularmente com outras crianças têm notoriamente menos problemas de ajuste social quando atingem a idade adulta."
• Dr. Sutton-Smith oferece algumas regras simples para que aqueles que lidam com crianças saibam quando devem, ou não, brincar com elas:
• Observe: através de uma observação demorada, determine os níveis de habilidade da criança e seu interesse pela brincadeira.
• Participe da brincadeira: faça-o brincando ao nível da criança, mas tenha cuidado e não imponha um nível muito elevado, pois isso pode provocar a frustração, tanto do adulto quanto da criança.
• Brinque a um nível mais elevado: depois de brincar um pouco no nível da criança, pode-se introduzir um nível novo, mais complexo. Depois que a criança aprender a brincar com uma boneca, pode-se induzi-la a uma conversa entre duas bonecas.
• Afaste-se e observe de novo: depois de mostrar um conceito novo e de haver despertado o interesse da criança, deixe-a só para que pratique e aprenda. Uma vez adquirida a habilidade, que pode tardar minutos ou vários meses, pode-se ensinar um conceito mais avançado.